Criar uma criança com necessidade especiais não
é fácil. Aprendi que meus medos precisam ser vencidos, você aprende não só a
ser mãe mas ser enfermeira, médica, nutricionista, fonoaudióloga,
fisioterapeuta, e mais um monte de coisas...
As vezes me sinto tão
cansada. Ser mãe e pai já é uma jornada exaustiva. Mas ser pai ou mãe de uma criança
com necessidades especiais leva as coisas a outro nível. Há um nível de cansaço
emocional e físico que está sempre ali, que vem simplesmente com o
"peso" de cuidar dessas necessidades especiais. Visitas a hospitais e
médicos não ocorrem poucas vezes no ano, são várias vezes em um mês. Terapias
são diárias. O tempo livre é usado pesquisando por novos tratamentos. Quando
falo cansada estou falando que me sinto cansada como qualquer outra mãe só que
com carga um pouco maior.
Preferido as vezes não
ouvir. Essa é difícil de dizer e assumir, mas é verdade. Quando eu vejo uma
criança de 6 meses fazer coisas que meu filho não faz com 2 anos (como segurar a cabeça, sentar-se sozinhas),
as vezes fico triste. Dói quando vejo meu filho lutar tanto para aprender a
fazer algo que vem naturalmente para uma criança "dita normal" . Pode
não ser difícil ouvir sobre as proezas que as "outras" crianças
fazem, mas admito que as vezes é muito difícil de ouvir.
As vezes sinto-me estranha.
Posso me sentir como uma estranha no meio de mães de crianças "ditas
normais" e ao mesmo tempo em que quero ficar feliz por elas, me sinto
péssima ao ouvir elas se gabarem das 100 palavras que o filho de 2 anos fala,
ou que ele já sabe o ABC. Bom pra elas, mas isso é tão diferente de como meu
mundo se parece.. Somente eu entendo a composição e os desafios específicos do
Arthur .
Eu tenho medo. Eu me
preocupo em não estar fazendo o suficiente. Eu me preocupo com o futuro dele ,
se ele um dia irá viver independentemente. Eu tenho medo de pensar em como ele
irá se machucar na experiência de “ser diferente" em um mundo que é
normalmente duro para pessoas com necessidades especiais. E Finalmente, eu
tenho medo do que será dele se qualquer coisa acontecer a mim.
Eu sou humana. Eu tenho
sido desafiada e empurrada além dos meus limites na criação dos meus filhos .Tenho
Crescido tremendamente como pessoa e desenvolvi um coração mais humano e uma
empatia pelos outros de uma forma que eu jamais teria sem ele. Mas sou igual à
mãe do lado em alguns sentidos. Às vezes, eu perco a paciência com meus filhos. Eu ainda tenho sonhos e aspirações
pessoais que hoje estão limitados por conta da minha profissão que se resume
apenas em ser mãe. . Não tenho mais momentos de lazer, tempo livre nem sei o
que é isso. Meu dia a dia é com médicos e terapeutas, quando saio é com a ambulância
para ir nas terapias e consultas médicas.
Meus filhos são as coisas
mais preciosas que eu tenho na minha vida. O Arthur veio para me mostrar que
existe um amor maior. Que o amor de mãe pode ainda ser maior.
Cuidar do Arthur com
necessidades especiais mudou a minha vida e eu sou muito feliz por ser mãe de 3
lindos filhos e acima de tudo por ser uma mãe especial.
Me orgulho de estar de pé
após a vida me dar tantas voltas. Me orgulho por perdoar aqueles que me fizeram
tanto mal, de perdoar aqueles que olharam para meu filho com preconceito, aos
que se afastaram por isso. Apenas sinto compaixão por estas pessoas, elas de
longe não imaginam como é grande o amor que uma criança especial transmite.
Sou privilegiada por ser
mãe de uma criança especial.
Eu me sinto com inveja...exatamente é essa a palavra. Desde o dia que ganhei alta do hospital e tive que deixar meu João na UTI, chorava de inveja das mães que estavam saindo da maternidade com seus bbs...do mesmo jeito que choro quando vejo que meu principe terá suas limitações....doi mais ainda saber q eu tenho inveja, e q esse sentimento vai me acompanhar por muito tmepo.....sei que podia ser pior do que é...mas isso nao impede de doer, muito
ResponderExcluirInveja, sim eu já senti e sinto em diversos momentos, principalmente quando vejo uma criança na idade do meu filho, brincar, correr, andar, falar, comer e etc etc etc, tudo que meu filho não faz...acho que este sentimento incontrolável ainda estara presente em varios momentos de nossas vidas, dói muito sim e como....
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